segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Hélice Subterfugiana



Silenciosa lá acordou...

O vento arrepiava enrijecendo a cortiça
dos mais velhos que lá habitavam.
Arrepiando recém chegadas
e limpando as usadas do chão.

Também o rio estava gelado,
afinal tinha acabado de acordar.
Impossível percorrer as inúmeras
imperfeições do seu solo...



E aí estava ele:
Lenticular, transparente
como que vítreo e eterno.
Mas sobretudo infinito

Semi-espirálico mas não bem...
Enfim seria um belo buraco!

Entrando ainda é claro...
As suas paredes secas,
envolviam-se nas fissuras que a revoltavam
em tempos, quando se lá vivia.

No entanto sem fibras com que descer;
Sem vontade de o fazer;
Sentindo o desagradável tacto gérmico
e já húmido que provoca a QUEDA
perdendo a consciência






Turvo está encharcado...
Lá em cima já voltou a adormecer
e desaparecem os raios,
perdeu-se a lenticularidade
e o azeviche abateu-se...

Sofre agora de paracusia,
já não há audito que o valha.

As botas começam a pesar
pareciam larvas mordendo nos tecidos.
De vez em quando ouvia-se assobiar

No cimo...
Um assobiar assombroso e arrepiante,
quase que lhe penetrava o cérebro
num timbre transcendental inigualável.

Perdeu os sentidos...
Ao acordar, lá em cima recuperou a
Visão
e rodeou-se novamente de
Audição

Sim, ao acordar, o poço lenticular
já não era temeroso

sábado, 9 de abril de 2011

La Fillette et le Lézard

Sur son épaule gauche il était un lézard.
Hisse hisse, il faut avec sa tongue
Et il s'enfuit...

La fillette savait pas que faire:
"Dois j'aller au rencontre du lézard
ou devrais-je aller à la rencontre de mère"

La question était prominent:
Il commence a pleuvoir...


De sort tous les lézards vont pour
leur respectives maisons, por leur
respectives mères.
Et quoi faire la jeune fillette...

"Courir, je dois courir!", elle pensait.

L'orage a finalement commencé à tirer la foudre!
Le chemin été dificile a voir
.
.
.
.
...Et la fillete c'est perdue...

Que dois je faire maman, soupirait'elle..
Et le mignon lézard a apparu.
Il s'est monté, à l'épaule droit cette fois.

Et à ce moment, la jeune fillette s'arrête:
Ecoute, et regarde.

Et tout, en tout, remémorait...

sábado, 25 de dezembro de 2010

A Pureza do Pacífico


De volta os cristais brancos
dançavam e cantavam sem timidez.
Aqueles que antes eram gotas
agora escorrem lancinantemente
pelas vagas luzes bruxuleantes
que ornamentam as finas frestas.

A cristalização evapora.
Quem dançava lá dentro era o lume
iluminando a pequena sala
pelas mesmas vagas luzes que
compunham as frestas finas.

Ali a iluminação não era furiosa,
como nos elevados e rudes cimentos,
onde o frio não gela e os empurrões
desfazem os delicados brancos cristais.
Na pequena sala tal não acontecia,
lá o fogo dançava vagamente...

Mais uma manhã repetida chegava.
A emoção cíclica apoderava-se da menina.
Nem o frio cristalino a demovia
duma busca pela resposta ao enigma:

Escadas acima, escadas acima
já o lume tinha parado de dançar.
Nas frestas as luzes já não brilhavam frouxamente.
Brilhava mal a grande estrela
numa neblina invisível que teimava em abrir.

Escassamente penetravam os raios...
Apenas os suficientes para iluminar
a pequena sala e as portas para a alma
da inocente alegria que naquele momento pairava.

Não existia terceira estrofe.
Apenas importavam as pantufas
(bem quentes e de algodão)
e a inocente e cíclica felicidade
que jamais, no pensamento,
poderia um dia vir a desaparecer.

domingo, 10 de outubro de 2010

Absoluto


Quando os sons arrefecem em cores suaves
transportando-nos para a infinitude..
Esse estilo que é o mais ignóbil estilo

Infinitude de infinitos reversos em ambos os sentidos
Dizendo o que no instante me incomoda em maior:
A fluidez do espaço e do tempo
numa infinita sede de compreensão
pautando os dois por infinitos.

Uma linha em fios desfiados
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Prendendo planetas e luminosidades astrais.

A viagem da questão e a relatividade
do pensamento em relação àquilo
que já foi pensado e que
nós sabemos que já pensámos.

A originalidade como apenas
um repensamento do anterior
Não existe o próprio valor.

Eis a espiral:
como teorizar quando a fome aperta
e é preciso praticar
...como abstrair...

Logo
Sobem
Devaneios

(e aqui começa)

Quando os sons arrefecem em cores suaves
transportando-nos para a infinitude..
A luminosidade numa vastidão de azeviche
A deformação física das figuras e os animismos
Dum enorme guarda sol escavando-se em si próprio
num fundo marinho
em pequenos grãos finos e brancos
que racionalmente sabemos não estarem lá...

Apenas o infinito e o absoluto
Apenas o prazer e a felicidade

O "Sol" nascer numa eterna e cíclica esfera de fogo
Tormentas, chuvas e choviscos que cessam de quebrar.
Dão lugar a olhares curiosos...
Sim, o planeta desperta
O sujeito desperta, uma doente vez mais...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pensamentismos melancolistas ou criações palavreais


E é em momentos mais calorosos
que surgem as palavras
Ou em estados de inércia
que teimam em surgir

A inércia que tanto refaz,
fazendo pensar o pensamento
tantas vezes já pensado,
que apenas com o movimento da alma
(essa sim nunca inerte)
repesca tal infame necessidade pensatória:

O pensamento é uma coisa indefinida

Encadeio imagens e frases
Ódios e paixões,
num misto marásmico de uma necessidade
quase infantil de carinho e asa
"peito"
onde relaxar e adormecer
...por um momento...
apenas
apagando o pensamento.
Afastando-me sozinho, apenas eu

Parar o tempo

Será a frieza a cura para a melancolia?
Ou o vírus para a arrogância?

Não querer sofrer... será isso arrogância?


Parte III - A Clarividência das Acções

O conformismo perante a frieza
pela aceitação do vírus versus a imposição da cura

NADA não é perspectiva
pois o âmago é sempre o mesmo
O pensamento que não passa de
sentimento e sensacionismo

Palavras são o animismo

Curas e viroses são a solução
E a solução é explicação
daquilo que não é humanamente explicável.

E cada um toma a que quer.
(Um desabafo)

Não existe verdade nem correcção
Apenas existe objectivismo e quiçá misticismo teológico

Tudo o que nos resta nesta prisão perpétua
;isto é;
até à morte
Tudo o que o Homem faz, fez e algum dia fará
Todas as acções..
São meros pontos de vista.

..acima disso apenas o inexplicável..

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Fundimentos

Senta-te..
Olha-me fixamente
Sorri
Toca-me..

Acaricia-me..
Dá-me amor
Calor
Dá-me aconchego

Beija-me..


Envolvência de lábios
Apenas um beijo, um enrolar de braços
Esquecemos todos os maus presságios
Tudo se apaga .... e quebramos os compassos

Deixa de haver sons..
..Somente a nossa respiração
Toma tantos diferentes tons
Ouvir-se-ia o pulsar de um coração

E aí começa:

Tiras-me a camisola
tocas-me;
é sempre assim..
Não pares de me beijar
Aliás - Pára.

Antes sou eu quem te percorre o corpo
A orelha e o pescoço
Desço devagar até me agarrares
Puxares-me com força o cabelo e parares!

Roubas mais um beijo
Já é sôfrego
Grande era o desejo
E aí procuraste o meu âmago

Comecei a suar pois o encontraste
Seríamos nesse momento já um só
O amor transformou-se em carne
E não nos reconheciamos mais

Eu deixei de ser eu
Tu deixaste de ser tu
Éramos personagens
Nesse mundo de máscaras tão rude e violento

Mas aí estavam os nossos corpos
Iguais, puros, e manchados pelo
nosso próprio prazer sedento
suorento, ardente e maquinal

..E apaixonado..

Que nada mais existisse

Que nada mais existisse por favor..

terça-feira, 13 de abril de 2010

Perco-me Na Vista


Perco-me na vista
-----------------
Perco-me---------
nela-------------


É longínquo este caminho. Não tem fim. Talvez mesmo por não haver nenhum caminho definido.. Apenas há, vejamos, um verde que se estende!

E lá ao fundo serras.. Parecem infinitas. O sol brilha atrás delas e vê-se o branco. Aquele branquinho no topo, típico estás a vê-lo?

Só é pena não se ouvir nada.. Shh.. estás só. Sóóóóó-ó-ó-ó-ó

O Eco

Levanto a cabeça mas..as nuvens não se mexem? Não sinto vento. E este silêncio...
Sóóóóóó-ó-ó-ó-ó

O Eco

Não há um pássaro que voe nem um vento que ruja. Nada. Apenas. Zero.
Começo a ficar assustado
Se tentar correr sei que não vou conseguir nada porque este campo continua atrás das serras e para lá não há nada. E atrás.. atrás, ao fundo vejo areia.. Muito na linha do horizonte. Quilómetros certamente para um deserto.

Estou perdido, engulo em seco. Começo a soluçar mas..

Estou perdido numa beleza pura e virgem

Mais vale correr e não parar...

sábado, 3 de abril de 2010

domingo, 21 de março de 2010

I have never ever, ever thought...

Never thought you'd make me perspire.
Never thought I'd do you the same.
Never thought I'd fill with desire.
Never thought I'd feel so ashamed.

Me and the dragon
Can chase all the pain away.
So before I end my day,
Remember..
My sweet prince-
You are the one
My sweet prince-
You are the one

Never thought I'd have to retire
Never thought I'd have to abstain
Never thought all this could back fire
Close up the hole in my vein

Me and my valuable friend
Can fix all the pain away
So before I end my day
Remember

My sweet prince-
You are the one
My sweet prince-
You are the one
You are the one
You are the one
You are the one
You are the one

Never thought I'd get any higher
Never thought you'd fuck with my brain
Never thought all this could expire
Never thought you'd go break the chain

Me and you baby,
Still flush all the pain away
So before I end my day
Remember

My sweet prince-
You are the one
My sweet prince-
you are the one

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Temperatura??

Frio, sempre frio... Não poderemos um dia ter calor?

Ao menos que haja um sobretudo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Achas

Fogarinhos na fogueira.. Fffffffffffff, está quentinho.


Ateou finalmente. A ver se pega.. Vou atirar mais um jornal
Dançar tal chama, negra. E o fumo desta vez já não sai...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ilusões


São isso. Ilusões. Bolhas como moléculas não se distinguem as cores... Mas sempre soubemos que são ilusões. Fazia tão bem acreditar.. Sim fazia

Quero que a ilusão continue...

Flechas são as mesmas em todas as línguas. Its the same in any language
The pain in any language. The same in any language.

Sempre gostei de magia, deste tipo de magia

Já oiço a guitarra clássica. Lá vem o espanhol...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

The Funeral Party

two pale figures
ache in silence
timeless
in the quiet ground
side by side
in age and sadness

i watched
and acted wordlessly
as piece by piece
you performed your story
moving through an unknown past
dancing at the funeral party

memories of children's dreams
lie lifeless
fading
lifeless
hand in hand with fear and shadows
crying at the funeral party

i heard a song
and turned away
as piece by piece
you performed your story
noiselessly across the floor
dancing at the funeral party

By Robert Smith

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dances of Voyage











Sobe ruma, sobe ruma
ruma sobe, viaja longe
para o horizonte
a luz, o sol do rumo
que sobe e te diriges
remando e olhando
brisas, sal e gaivotas
navega, desbrava, desflora
Cumpre, suspira, canta
as Dances of Voyage

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Balanço?

Balanço?

Não

Trigonometria talvez

Também não

Pulstar Whites

NÃO

Letra

Letra Letras

Chaves tomadas em assalto

Guarda-sóis asiáticos por justaposição

Não Não Não

quinta-feira, 19 de março de 2009

One Hundred Years

it doesn't matter if we all die
ambition in the back of a black car
in a high building there is so much to do...
going home time...
a story on the radio...

something small falls out of your mouth
and we laugh
a prayer for something better
a prayer
for something better
please love me
meet my mother...
but the fear takes hold
creeping up the stairs in the dark
waiting for the death blow

stroking your hair as the patriots are shot
fighting for freedom on the television
sharing the world with slaughtered pigs
have we got everything?
she struggles to get away...

the pain
and the creeping feeling
a little black haired girl
waiting for saturday
the death of her father pushing her
pushing her white face into the mirror
aching inside me
and turn me around
just like the old days
just like the old days

caressing an old man
and painting a lifeless face
just a piece of new meat in a clean room
the soldiers close in under a yellow moon
all the shadows and deliverance
under a black flag
a hundred years of blood
crimson
a ribbon tightens round my throat
i open my mouth
and my head bursts open
a sound like a tiger thrashing in the water
thrashing in the water
over and over
we die one after the other
over and over
we die one after the other
one after the other...

it feels like a hundred years
one hundred years...


By Robert Smith

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Caminho pelas Ervas Altas


CAMINHO não por fora, mas dentro, dentro do rio. Mas só eu caminho dentro do rio. Fora dele há uma multidão que caminha na mesma direcção que eu mas à margem, por entre ervas que se vão tornando cada vez mais altas e verdes e amarelas, por vezes com flores e borboletas e abelhas que por lá se passeiam sem fé no dia em que verão um futuro mais calmo e apaziguador. Sim, respiram os pobres animaizinhos. Miseráveis. E durante isso lá se vêm as caudas levantadas dos que la caminhavam. E agora mordem-me num pé. Não, era uma rocha. Cortei-me. Várias rochas, começa a tornar-se incómodo, e agora peixes também. Vou é já sair daqui de dentro! Água desnaturada! Junto-me à procissão no meio das ervas altas tão decoradas. Ao menos não me esforço, e ninguém me aponta olhares tortos...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Da berma e do mistério

Faço tuas as minhas letras, dizendo que não só te abraso como te bebo no fumagar destes dois elementos onde somos invisiveis

Na névoa cinzenta que não chove, apenas cheira e contempla as formas daquilo que podemos apenas especular.

Que estarão eles a fazer? Braços, mãos, lábios e rostos

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Tinturarias e afogamentos


Testar os testes que sentes são farpas impeditivas de pensar e evoluir o pensamento. Usar e repetir da repetição repetida dos testes farpudos. Não penso, não evoluo, é um ciclo inquebrável, malicioso e aspirante de vida, qual buraco negro, qual vórtex que te apanha e afoga no mar. Por um pé. Sou puxado até às escuras profundezas, onde nem luzinhas existem... Quero nadar e não consigo, quero dar-te a mão. Puxa-me! Tira-me daqui! Dá-me AR! Já respiro. Dá-me agora um beijo e volta a tirar-me o ar. Não respiro, mas agora já não está escuro. Já não há medo. Estou quente... E este bote não aguentará muito tempo. Se se incendiar ficará o céu iluminado. Com vermelhos e laranjas. Talvez mais longe seja o conforto dos viajantes dum navio pirata, tão isolado e triste que beberá e comerá apreciando as novas pinturas do céu. E haverá felicidade, no pequeno bote e no navio pirata.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Montanhas

Quero descer a montanha pois significa que já lá cheguei. E espetei uma bandeira vermelha numa imensidão branca. E fiz gritos e ecos e tornei-me senhor do Mundo. E não quis descer, pois nada o obrigava, e gelava os ossos persas de tão quebráveis. Melodia do isolamento natural, será que alguém já aqui esteve? Tenho frio cristalino... Quero beber e não tenho água. Quero quente e não tenho fogo. Exploro antes as montanhas... Que se lixem os satélites...

Please

Textualizar sem textualizar, a facilidade de chegar e por palavras num compêndio de epanadiploses. Só as letras terão significado e agora não haverão mais imagens

Sol nos Oceanos

A loucura do sol no oceanos talvez sejam quadros de ficção. Veleiros no por do sol que cortam o laranja com formas geometricas perfeitas apenas alteradas pelo vento das gaivotas. Ai brisa maritima... Mergulhar na tua leveza e respirar sem respirar todo um Mundo inexplorado. Afundar-me num veleiro e descobrir...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Metafísicas ou O Paraíso da Ficção



Não te percas no paraíso.
Não, não após teres suado e chorado
e expelido todo o tipo de liquidos
pelo objectivo que nunca alcançaste
e que te faz querer o enforcamento.

Quando chegares ao paraíso, lá
não conseguirás uma nova vida.
"The Conquest of Paradise"
Ouve-se a música country,
enquanto as mulheres cosem às portas
das suas cabanas de madeira...

Fazem ranger as cadeiras conforme
observam a rua e os cavalos que passam
ao ouvir já a harmónica.

Das montanhas e da neve.
Não te percas no paraíso,
onde tudo é branco e nada é preto
como a ironia dos descobrimentos!
Ouço então um crack e arromba-se a porta.

Surgem duas crianças numa placa de cartão,
deslizando neve fora.
Não te percas no paraíso!
Na paz das florestas húmidas
onde tudo são árvores e riachos
e canoas e barcos de brancos disparando.

Não te percas no paraíso,
na urbe da realidade tão temida.
É o fim das aventuras e o sistematizar
de vidas, toda a perda de originalidade
que poderia ter várias vezes mudado o Mundo.

Daí a tão amada ficção, mas
Não te percas no paraíso.
Nunca te esqueças que a tua vida
já nada de novo trará e que perguntarás porquê.

Não te percas no paraíso,
nem no conforto das memórias...

sábado, 12 de janeiro de 2008

Areias e Vidros




Giggle giggle, diz a rapariga;
Hum hum, diz o rapaz
e nada dizem,

Rodeiam o X até se cortarem nos vidros.
E depois arrependem-se de se terem afundado na areia.
Esvai-se então o sangue e todo o pensamento
que afinal não é nenhum, em cada gota de informação
nunca deveria ter sido cortada.

A isso se chama ignorância ou cegueira de não querer ver,
e partiria para a descrição do preto, que é vazio
como mostra a cegueira:a ausência de informação
entupida no canal lacrimal que não quer ver.

Enquanto se vai rodeando o X, esvai mais informação,
desta vez do suor dos poros tão dilacerados pelo giggle giggle
que só transmite insegurança, dúvida e indecisão.
Adeus diz a rapariga

Na solidão esvai-se em desespero.
Os fluxos e as lágrimas, enfim todos dão nova informação
e sabedoria sobre isto que é afinal o organismo.

Cancro de Pulmão

Impede-nos de respirar talvez?
Será também ele um vazio? Um preto?
Uma ausência de formas
Um buraco! Um vácuo!
Um sufoco de não conseguir abrir a boca e respirar.

Maquinalmente fazemo-lo, não lhe agradecendo o valor
O alívio que num momento de desespero
um acto maquinal poderia trazer,
mas que cortando o fluxo no instante
poderia acabar com a vida.

Détailes, détailes...

Que demonstram como nada é invulnerável.
Basta a palavra errada, a errada metamorfose
para acabar com um giggle ou com um hum.
Implicitando o cancro de pulmão tao receado
em que tudo se reveste de cinza e se esvai em suores

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Dances of Résistance


Mata esfola, mata esfola
esfola mata, verte verme
vert jaune, jovem louco
mata e esfola e pensa e chora
consome o azul, a madeira
faísca da loucura, o grito do
silêncio da lâmpada, escreve na
coluna, lança o som.
Agita, beija, dança
as Dances of Résistance

domingo, 9 de setembro de 2007

O Ritmo



Galopante o feixe de luz a incidir

Quebra-me a retina e abre uma nova estrada.

Nela há várias rotas, luminosas e periféricas.

Uma delas é o tabuleiro de xadrez,

azul branco preto, sangue alcatrão e chuva.


A flanela da máquina fotográfica…

a ela cabe a tasca, onde todos choram.

E é cada gota que enche um copo

e quem o bebe parte a garganta com golpes.

É bela a dissecação do ser humano,


Tal como um samurai enfaixado

pelas queimaduras das toxinas

do lacrimejo do seu velho lobo de olhos vermelhos

que noite após noite não parava de uivar ao sol

e o sol ingrato soprava-lhe folhas frias.


Inspira


Outro parágrafo


Caem-me as mãos. Afundam-se as unhas.

Carne adentro, carne adentro, carne adentro.

Já sai pus, já sai mal, já sai negro.

É aí que acordo e vejo que vivi o suficiente.

O suficiente desperdiçado.


Sempre tive mau acordar.

E como se não bastasse andar às voltas no túmulo

ainda tenho uma dor na cabeça…

Por favor alguém escave e abra este caixão.

Porque a febre já é muita e preciso do meu elixir.

domingo, 8 de julho de 2007

Langue de l'Harmonie















Il a des langues trés diférentes:
Langues qui se montrent jolies
Langues laides
Et langues qu'on n'utilise que pour communiquer

Çes, sont le français,
L'espagnol
Et le portugais
Mais je suppose que c'est seulement une question d'image.

Je le dis car on dis que nous
sommes tous égaux.
Mais on différe en tout.
Ouais, l'âmes soeur n'existent pas!

Cettes différences.. Elles sont partout.
Pour commencer dans cette éspéce de poéme.
Óu il y a bien d'érreurs d'ortographie.
Ces cette la différence entre moi et un quelque français...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Quatro da Manhã













Haverá maior lugar comum
Que o de criticar em poema a juventude?
Será o escuro um sinónimo de borga?
Pois bem, a sombra é o refúgio.

E outro lugar comum:
Dizer que nos refugiamos
Na solidão para pensar
E que a solidão é escuridão e silêncio.

Ora é numas ruas, vistas da janela
Rodeadas de passeios
Enfeitados com postes e lâmpadas
É lá que encontro a luz.

Luz para escrever isto por exemplo.
A noite é fantástica, sim, mas,
Sem a luz do candeeiro
Como poderia eu escrever?

Escrevo no computador.
Então e as ruas?
Vejamos, o computador é mau
Pois afasta-nos da deambulação.

E outro lugar comum:
Humanidades contra tecnologia.
E antes que seja tarde (já passa das quatro)
Começo então o poema
Que não é mais que uma quadra:

Juventude solitária, afoga-se em pensamento.
Percorre as ruas, descansando sob a iluminação.
E apesar de pensar no escuro, ressaca no computador
Eis toda a mentalidade...!

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Linhas



Lá vai o fosso por onde correm passos… Pulgões que carregam blocos de carvão e que os atiram para a caldeira, olhando por debaixo da saia das raparigas, são minúsculos. Desajeitados e felpudos, lá vão eles em direcção à fornalha. A cumprimentá-los está o homem dos seis braços. Tem bigode e usa óculos de sol. Óculos esses que se confundem com os seus olhos, pois estão de tal forma inseridos na pele que parecem… lapas talvez, ou conchas disformes do mar, por onde os pulgões passaram antes de acabar nas fornalhas. E lá está o velho a dar ao pedal. Ah, e é careca também, com camisa roxa, ou camisola, não sei. Se calhar era camisola de lã. A sua imagem está um pouco apagada. A caldeira vai aquecendo os banhos termais para os deuses que lá passam férias, e o velho a dar ao pedal é quem bombeia a água.. Nunca se haviam visto deuses tão sujos, tão cheios de esterco, que fossem precisos 100 pulgões para por a água quente. E conforme vão sendo lavados aparecem sacos de lixo e pauzinhos que se agarram aos seus corpos imundos. E a carregar a toalha vem a lesma. A toalha já vem molhada portanto. Afastando-nos 200 tudo desaparece e ficam apenas séculos. E assim nasceu a História.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Qual será o futuro?



Diz-me avôzinho... Eu sei que tu terias vontade de me dizer para ir dormir... Que preciso de descansar porque amanhã há escola...Que é muito tarde para reflectir... Que a esta hora, até os crescidos tão a dormir. Mas olha. Não durmo. Há todas estas coisas que giram em desordem na minha cabeça. E por mais que tente não pensar nelas... Não consigo alhear-me de todos estes assuntos. Então falo contigo. Tu que conheceste tantos Invernos como este... Tu que viste uma época em que até a mamã e o papá não existiam ainda... Tu que chegaste até aqui depois de todas aquelas batalhas... Com certeza deves ter alguma ideia a este respeito. O que é ser... GRANDE? Será que quando eu tiver passado no exame de adulto vou deixar de fzer asneiras? Porque, honestamente avôzinho, vendo como gira o mundo dos adultos... Acho que alguns deles não se privaram de fazer batota nos exames. Quando eu deixar de me passear de calções... Quando eu deixar de ser o vosso futuro para ser enfim o presente... Quando eu deixar de ser daqueles por quem querem fazer as coisas... Quando chegar a minha vez de fazer... Quando eu puder finalmente decidir... o RUMO DO MUNDO... ora bem, quando for grande! Será que eu vou perceber enfim... Por exemplo... a Guerra? Que causa tanto mal mas quem a faz é herói. A Mentira? E a sua preciosa utilidade. Enquanto nos dizem que é tão feia quando somos pequenos...E a grandeza do Homem. Tão grande...Tão superior à dos animais...De quem no entanto nós gostamos. Mas que só queremos se forem de peluche...ou no prato. E será que quando eu for grande...Quando tiver a minha casa, ou pelo menos um tecto mesmo meu... Será que eu poderei convidar uma criança de vez em quando?

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Personalidades



Madeiras. Umas por cima das outras.
Com espaços, discurso descritivo.
Temos três. Por cima os desincriptadores.
Abaixo aqueles sobre a humanidade e os seus feitos,
No meio os verdadeiros romances.
De seguida a bonecada. E por fim
uma rapariga à beira de um ataque de nervos.

Manchas de tinta no branco.
Manchas negras para distinguir.
Como são manchas cada um saberá
dar-lhes uma interpretação.
Daí a discussão e o debate.
... Sobre as manchas, isso sim é engraçado!
Mas voltando aos calhamaços...

Pesadões, velhos e enfadonhos,
São aqueles que ninguém cheira.
Daí ninguém lá chegar.
Mas mais longe ainda estão os significados.
Há a chave para tudo! Ou quase tudo desde há uns 30 anos.
Para quê pegar-lhes?! Não trazem nada de interessante...
Ambos estão lá porque... É bom tê-los por perto...

Os verdadeiros autores isso sim!
Verdadeiros criadores. Que raio de lugar comum!
Lá escreviam histórias de traições e incestos!
Cada um era mais bêbado que o outro
E depois era só pancadaria, corridas de cavalos e sonhos eróticos!
Friamente não são mais que episódios comuns de paródia...
Mas era a escrita. A palavra e a sua simplicidade e complexidade....
Era de tal maneira paradoxal que
uns iam para a censura e outros lambiam-se de gosto!

De seguida a bonecada, que também tem muito que se lhe diga.
Pintar não é para todos, mas não existe escrita.
A mancha negra que há pouco referi.
E por fim uma rapariga à beira de um ataque de nervos.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Pedro Miranda Albuquerque




(3 versos cada poema)


tenho a clave de ouro
Macau fica para depois
não chores é tarde

o gelo mortal
o triunfalismo dos outros
os vitoriosos

diziam os gregos
nada é novo sobre o sol
assim acredito

sejas tu feliz
pois lutaste na hoste certa
na hora ingrata

toucado de rosas
volta a casa da minha mãe
repousar dormir

entre eiras hortas
os carreiros alcatroados
dos dias cinzentos

tudo combinado
eram os deuses do segredo
isso lhes bastou

poupa-me a isso
perceber a tua traição
na última hora

todos sentirão
falta-lhes a pérola branca
todos sentirão

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Interlúdio



Luz vaga, apagam-se os prédios;
Morrem os sons, desvanecem-se os brancos.
Apenas se mantém a força dos cimentos;
Tão rudes, fracos e violentos.

Silêncio nevoeirento.
...Surdo...
Letal na sua imensidão;
Com brisas de frio...

A paz é quebrada.
Ouvem-se ecos distantes:
Gargalhadas, tacões.
"Sobe, quero mostrar-te uma coisa."

Silêncio nevoeirento.
...Surdo...
Letal na sua imensidão;
Com brisas de frio...

A paz é quebrada.
Melodia batida, imparável!
Luzes, cores!
Vêm as sereias...

Silêncio nevoeirento.
...Surdo...
Letal na sua imensidão;
Com brisas de frio...

A paz é quebrada.
Quebra natural
Ou talvez por culpa do grande animal,
Pois começa a cair.
O desgraçado que ia a passar,
Ao ter a infelicidade de olhar,
Não resistiu ao molhar.
Porque se a humanidade não lha dá,
Há que ir buscá-la à natureza.
E abre os braços gritando:
"Se não fazes a tua justiça
Como esperas criar filhos?!"
E vai-se embora, errando no nevoeiro...

Mas a quebra continua!
Talvez assim se lavem as pedras,
Tão polidas de sujidade,
Do nojo dos desgraçados
Que regem a justiça.

E continua a quebrar...
A borracha quente,
fundida com o negro que tapou a terra.
A ciência explica-o pois é uma reacção:
O gélido com o quente forma vapores.
Mais letal ainda
Que o silêncio nevoeirento.

A quebra é incessante!
O barulho é tanto
Que as gargalhadas e os tacões
Espreitam da sua janela embaciada.
Ao mesmo tempo que pouco mais abaixo
Se volta a inocência,
Incapaz de dormir com tanto barulho...

Finalmente vai amainando.

Silêncio nevoeirento.
...Surdo...
Letal na sua imensidão;
Com brisas de frio...

Já se ouve o chilrear.
Belas melodias que se vão entoando.
Melodias da natureza, pois a paz não se quebra.
Melodias naturais, pois a inocência não se volta.

Começa a raiar.
Acabo o duro sofrimento do vazio.
Do silêncio letal.
É como se fosse o começo.
Logo começa o caos...

Projecção












Ao inicio é apenas uma luz.
Um raio milimétrico que cresce com a sua distância.
Ao ouvir um som constante, o sujeito incomoda-se,
No entanto demonstra uma expressão de curiosidade.
Vira-se e sorri, voltando a admirar o branco milimétrico.

Os outros vão entrando, cada um da sua forma.
O primeiro de ar altivo parece um veterano.
A seguir vem o solitário, que olha todos com receio.
Senta-se na extremidade, discretamente.
Finalmente vêm vários, cada um pior que o outro.

Os sons começam arrebatadores.
As luzes apagam-se e o veterano
Fecha o livrete de cartaz, encarando a tela.
O da ponta instala-se sem receios.
Os piores que os outros continuam o murmúrio.

Aquele que lá estava antes parece mudado!
Olha as cores com tal fascínio, parece um amador.
O altivo olha para ele de lado, rindo-se.
O solitário parece analisar cada forma.
O ruído da última fila só vem incomodar.