
CAMINHO não por fora, mas dentro, dentro do rio. Mas só eu caminho dentro do rio. Fora dele há uma multidão que caminha na mesma direcção que eu mas à margem, por entre ervas que se vão tornando cada vez mais altas e verdes e amarelas, por vezes com flores e borboletas e abelhas que por lá se passeiam sem fé no dia em que verão um futuro mais calmo e apaziguador. Sim, respiram os pobres animaizinhos. Miseráveis. E durante isso lá se vêm as caudas levantadas dos que la caminhavam. E agora mordem-me num pé. Não, era uma rocha. Cortei-me. Várias rochas, começa a tornar-se incómodo, e agora peixes também. Vou é já sair daqui de dentro! Água desnaturada! Junto-me à procissão no meio das ervas altas tão decoradas. Ao menos não me esforço, e ninguém me aponta olhares tortos...
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