domingo, 9 de setembro de 2007

O Ritmo



Galopante o feixe de luz a incidir

Quebra-me a retina e abre uma nova estrada.

Nela há várias rotas, luminosas e periféricas.

Uma delas é o tabuleiro de xadrez,

azul branco preto, sangue alcatrão e chuva.


A flanela da máquina fotográfica…

a ela cabe a tasca, onde todos choram.

E é cada gota que enche um copo

e quem o bebe parte a garganta com golpes.

É bela a dissecação do ser humano,


Tal como um samurai enfaixado

pelas queimaduras das toxinas

do lacrimejo do seu velho lobo de olhos vermelhos

que noite após noite não parava de uivar ao sol

e o sol ingrato soprava-lhe folhas frias.


Inspira


Outro parágrafo


Caem-me as mãos. Afundam-se as unhas.

Carne adentro, carne adentro, carne adentro.

Já sai pus, já sai mal, já sai negro.

É aí que acordo e vejo que vivi o suficiente.

O suficiente desperdiçado.


Sempre tive mau acordar.

E como se não bastasse andar às voltas no túmulo

ainda tenho uma dor na cabeça…

Por favor alguém escave e abra este caixão.

Porque a febre já é muita e preciso do meu elixir.

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