segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Hélice Subterfugiana



Silenciosa lá acordou...

O vento arrepiava enrijecendo a cortiça
dos mais velhos que lá habitavam.
Arrepiando recém chegadas
e limpando as usadas do chão.

Também o rio estava gelado,
afinal tinha acabado de acordar.
Impossível percorrer as inúmeras
imperfeições do seu solo...



E aí estava ele:
Lenticular, transparente
como que vítreo e eterno.
Mas sobretudo infinito

Semi-espirálico mas não bem...
Enfim seria um belo buraco!

Entrando ainda é claro...
As suas paredes secas,
envolviam-se nas fissuras que a revoltavam
em tempos, quando se lá vivia.

No entanto sem fibras com que descer;
Sem vontade de o fazer;
Sentindo o desagradável tacto gérmico
e já húmido que provoca a QUEDA
perdendo a consciência






Turvo está encharcado...
Lá em cima já voltou a adormecer
e desaparecem os raios,
perdeu-se a lenticularidade
e o azeviche abateu-se...

Sofre agora de paracusia,
já não há audito que o valha.

As botas começam a pesar
pareciam larvas mordendo nos tecidos.
De vez em quando ouvia-se assobiar

No cimo...
Um assobiar assombroso e arrepiante,
quase que lhe penetrava o cérebro
num timbre transcendental inigualável.

Perdeu os sentidos...
Ao acordar, lá em cima recuperou a
Visão
e rodeou-se novamente de
Audição

Sim, ao acordar, o poço lenticular
já não era temeroso

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